Época em que eu pintava camisetas a mão, RJ. |
Sempre sonhei em ser artista na vida mas nunca artista plástico. Quando eu era mais jovenzinho, lá pelos 15, 16 anos, queria muito ser ator. Atuar, estar nos palcos era o meu sonho, fui estudar teatro. Meu pai nunca foi muito a favor dessa minha escolha, imagine um filho artista. Para ele, todo artista não prestava e eu tinha que ter uma profissão concreta ou melhor, um trabalho digno que me rendesse um salário. Nisso ele tinha razão. Era meio complicado viver do teatro há 25 anos atrás e principalmente para um ator negro.
Bem, foi no teatro que descobrir o talento para criar figurinos e então, fui estudar moda, queria ser estilista. Não fui adiante, para o meu pai, ser um ator era vergonhoso, imagine ser estilista então. Resolvi sair da casa dos meus pais com quase 19 anos e fui atrás dos meus sonhos.
Sai de Niterói, RJ, do morro da Boa Vista e fui morar em uma pensão no Bairro da Glória, RJ. Nessa época, trabalhava na Pier ( Lembra da marca de roupa? ) pois é, essa mesma. Era auxiliar de desenhista. Até que ganhava um bom salário.
Um belo dia demissão e fui trabalhar como artesão no calçadão de Copacabana. Era o único que pintava camisetas a mão e na hora e vendia para os gringos. Foi um dos melhores momentos em minha, gostava de gastar os dólares que recebia viajando pelo Brasil e quando me dei conta, estava eu vendendo as minhas camisetas em Buenos Aires, Argentina.
De volta ao Brasil, em 1994, com a Copa do Mundo que foi nos EEUU, havia poucos turistas no Rio e a grana estava curta, foi ai que pensei em vir para São Paulo. Aqui me tornei artista plástico, professor de artes plásticas, o Tom dos Cavalos. Hoje meu pai sente um grande orgulho do filho artista, sempre que estou na mídia, seja ela qual for, ele faz questão de falar para os amigos: Esse é meu filho!
Tom Ruthz
Postado por Tom Ruthz
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